Mediunidade

Mediunidade não é uma palavra bem-vinda em qualquer ambiente. Muitas pessoas têm medo, outras têm preconceito, algumas acreditam no tabu que se criou ao redor dela, outras não sabem por onde começar, ou sofrem por não saberem lidar com a própria mediunidade.

Mesmo que haja opiniões, crenças, visões e abordagens muito distintas sobre a mediunidade, ela é algo natural a todos os seres humanos. Sim, mesmo que você não tenha consciência da sua mediunidade, ela está aí com você. Pode estar dormente, quietinha, desequilibrada (e você nem saber disso até ler este artigo), bloqueada, em desenvolvimento...

Há muitas pessoas sofrendo hoje em dia, seja por causa de ansiedade, estresse, depressão, doenças físicas, emocionais, mentais. Todas as pessoas poderiam melhorar suas vidas por meio da mediunidade, mas não sabem disso. Temendo que algo muito ruim lhes aconteça, as pessoas não procuram entender ou saber a respeito. A mediunidade impressiona as pessoas.

Algumas religiões ortodoxas e conservadoras/tradicionais veem esse tema como algo negativo, um tabu, uma distorção espiritual. Mas ele está presente nas escrituras e na própria prática espiritual, seja ela qual for. Se tomarmos como exemplo algumas passagens da Bíblia, podemos identificar facilmente a presença da mediunidade na vida de Jesus e na de seus seguidores e apóstolos.

Veja só pelo exemplo de como a Bíblia foi escrita: por “inspiração” divina, ou seja, os escritores dos evangelhos do Novo Testamento, como João, Mateus, Lucas, Marcos (Maria Madalena e outros que escreveram os evangelhos considerados apócrifos pelos cristãos), eram médiuns. Além de terem escrito sobre a vida de Jesus e seus ensinamentos, eles recebiam mensagens de seres divinos que foram registradas na Bíblia.

No Antigo Testamento, há muitos profetas, como Daniel, Ezequiel, Isaías, Moisés... Todos recebiam mensagens por meio de sonhos, por uma voz que vinha da montanha, a voz do Senhor, pela aparição de um anjo... Isso só para ficar no contexto do Cristianismo.

Apesar de o estudo e a prática da mediunidade estarem muito ligados à religião, a mediunidade por si só não tem nada a ver com isso, mas com a nossa origem e nossa função na Terra. Por esse motivo, não há necessidade de estudá-la apenas se professarmos ou fizermos parte de um grupo religioso.

Cada religião surgiu para interpretar as leis naturais e dar um norte para as pessoas. Mas estamos em uma época em que podemos nos nortear a partir da nossa intuição e do nosso coração, desde que nossas intenções e nossa conduta estejam direcionadas para a nossa evolução e o bem de todos. Essa é a espiritualidade livre.

Nosso intuito aqui é o de olhar e trazer informações sobre a mediunidade de um ponto de vista universalista. Amamos e respeitamos todas as religiões, e seguimos o melhor de cada uma delas para a nossa evolução espiritual.

O que é mediunidade
Mediunidade é uma sensibilidade ao extrafísico, ou seja, é por meio dela que se percebe a realidade extrafísica, aquilo que nem sempre os olhos veem. Ela também é a sensibilidade a tudo o que está ao nosso redor, sejam pessoas, família, filhos, amigos, trabalho, plantas, animais etc.

A mediunidade é como um músculo que devemos desenvolver; é como respirar, andar, uma capacidade inerente ao ser humano. É o sexto sentido. Querendo e acreditando ou não, a mediunidade existe, e todos nós temos esta faculdade da alma. A mediunidade de cada um é intransferível.

Como já dissemos no inicio do artigo, há seguidores de religiões ortodoxas, tradicionais, que costumam ver a mediunidade com maus olhos. No entanto, é possível fazer da mediunidade um canal de ações positivas e bênçãos no mundo.

No Brasil, basicamente, o estudo da mediunidade foi desenvolvido, estruturado, organizado pelo Espiritismo, e essa doutrina sempre teve de conviver com olhares tortos, ceticismo e desconfiança de boa parte da sociedade e das religiões eu já mencionamos. É por isso que ainda existe medo.

Medium
Mediunidade é um termo utilizado pelos espíritas e codificado por Allan Kardec. E médium é uma palavra de origem grega, que quer dizer intermediário. Isso significa que a pessoa que se dispõe a desenvolver e trabalhar sua mediunidade se torna um canal, um porta-voz, trazendo para o mundo físico as mensagens que recebe do mundo extrafísico.

Os médiuns estão em todos os lugares, não são só aqueles frequentam centros espíritas ou seguem a doutrina espírita. Há médiuns em todas as religiões e grupos espirituais, ou seja, a sua presença ultrapassa os limites das crenças humanas.

Ser médium é apenas uma consequência da nossa condição humana, e isso não é bom, nem ruim. Todos nós somos médiuns, e vemos por aí pessoas escolhendo fazer o bem ou fazer o mal. Portanto, o que torna a mediunidade boa ou ruim são as nossas ações. Por meio do livre-arbítrio, nos tornamos médiuns da luz ou da sombra. Somos influenciados mediúnica e energeticamente para fazermos o bem ou o mal no dia a dia, durante toda a nossa vida.

Essas influências vão depender do padrão e da qualidade de nossos pensamentos, emoções e sentimentos, que direcionam nossas ações. Todos nós somos feitos de energia e estamos em constante interação com outras energias, vibrações que nos fazem bem ou mal. Leia os artigos sobre chakras e aura para entender melhor esse assunto.

O que distingue um médium das sombras de um médium da luz?
Um médium de sombras está inspirado por forças e energias negativas, densas. Isso acontece porque o médium não está dando atenção para a sua mediunidade e para o cuidado com a sua energia pessoal; suas emoções, pensamentos e sentimentos não estão saudáveis e equilibrados, não há uma elevação nem uma prática espiritual; se há, é inconstante; pode ser que o médium não a leve sério e só se importe com ela em momentos de necessidade maior. Dessa forma, a pessoa torna-se uma presa fácil para obsessores e energias inferiores.

Quando o médium serve à luz, é sinal de que está conectado com o Bem Maior, com Deus, com seres de luz, com o Amor. A pessoa tem vontades elevadas, o desejo de servir, colaborar com outras pessoas, evoluir, crescer espiritualmente e cuidar de si mesmo (das suas emoções, sentimentos e pensamentos).

Esse comportamento é influenciado por mestres espirituais, mentores, santos, anjos e guias que lhe transmitem elevadas vibrações e inspirações para melhorar a sua vida e de outras pessoas, melhorar o mundo.

Certamente conhecemos pessoas que se encaixam nas duas descrições. E o desejo de muitos de nós é nos tornarmos médiuns alinhados com o amor e o bem. No entanto, até que vençamos o medo e deixemos de lado as crenças populares, os tabus e os preconceitos, percorremos um caminho em direção ao nosso desenvolvimento. E, ao longo desse caminho, podemos ter de lidar com o desequilíbrio de nossa mediunidade.

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